Precisamos de alguém que nos olhe
com esperança. Miguel Ângelo dizia que as suas esculturas não nasciam de
um processo de invenção, mas de libertação. Ele olhava para as pedras
toscas, completamente em bruto, e conseguia ver aquilo em que se podiam
tornar. Por isso, ao descrever o seu ofício, o escultor explicava: “O
que eu faço é libertar”.
Sem esperança só notamos a pedra, o
carácter tosco, o obstáculo fatigante e irresolúvel. É a esperança que
entreabre, que faz ver para lá das duras condições a riqueza das
possibilidades ainda escondidas. A esperança é capaz de dialogar com o
futuro e de o aproximar. A nossa existência, do princípio ao fim, é o
resultado de uma profissão de fé.
Tudo e todos somos caminho, experiência
do inacabado, indagação no incompleto, dureza e opacidade da pedra. As
obras-primas não irrompem de geração espontânea. São o fruto desta
gestação paciente e lentíssima onde estamos. Mas, sem a esperança, sem
este ato de crer, este ato de amor, nenhuma obra-prima existe. […]
A esperança é que nunca pode decrescer. Nas coisas mais pequenas como nas grandes, encontramos o mesmo chamamento à esperança. Naquele que é talvez o mais belo poema sobre a esperança, Charles Péguy afirma: “A fé que mais me agrada é a esperança.
P. José Tolentino Mendonça, In Pai-nosso que estais na terra
A esperança é que nunca pode decrescer. Nas coisas mais pequenas como nas grandes, encontramos o mesmo chamamento à esperança. Naquele que é talvez o mais belo poema sobre a esperança, Charles Péguy afirma: “A fé que mais me agrada é a esperança.
P. José Tolentino Mendonça, In Pai-nosso que estais na terra
fonte:http://www.verbumdei.org
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