No Coração da Vida
Luiz Turra
No caminho da vida precisamos de uma bagagem que não se perde, nem deprecia

Esquecer a bagagem ou perdê-la no caminho é sempre um desconforto e uma preocupação. A sensação de quem desce de um voo e não encontra mais sua bagagem é parecida com a de quem se vê sem chão sob os pés. Mesmo que se tenha toda a possibilidade de resgatá-la, assim mesmo o fato nos deixa mal.
A bagagem de nosso caminho, para alguns, é pouca e simples, mesmo que a viagem seja longa e por muito tempo. Para outros, é enorme e complicada, mesmo que a viagem seja breve e por pouco tempo. Há bagagens de todos os jeitos, que revelam a mentalidade dos peregrinos. Conheci um intelectual que vivia lendo livros e não saia sem levar sua minibiblioteca na bagagem. A obsessão por livros era tanta que, facilmente, esquecia as roupas, calçados e material de higiene.

Passado o susto da ocorrência, o carro foi guinchado, levado a uma oficina e o viajante foi socorrido e voltou para casa. Quando serenou o tumulto interior, deu-se conta de que não basta levar muita bagagem para o caminho, nem cachorros de estimação. É preciso arrumar outra bagagem no caminho da vida, que dê segurança e garantia na viagem da existência, com a qual podemos chegar e nos apresentar diante de Deus, sem perdê-la, nem depreciá-la. De um acidente, acordou para a busca de uma sincera espiritualidade.

A bagagem da vida não é guardada em malas, nem carregada em carros, nem mesmo na mochila dos ombros. É a bagagem de uma vida rica de sentido, de um coração impregnado de valores humanos e cristãos.
fonte:
Edição 5.332 – Ano 105 – Caxias do Sul - RS, 13 de fevereiro de 2013.
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