quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Os dois burrinhos e a humildade!!


Não importa se seus 'burrinhos' amados carregam ouro ou farinha, algodão ou açucar: importa, sim, como carregam, por que carregam. Se existe amor, se o que carregamos em nós for para servir, for para o bem do próximo, Ele se alegrará, porque, então, O estaremos imitando. Esses são os 'burrinhos inteligentes', sábios mesmo, que se dão todinhos para, perdendo-se, ganhar a vida eterna!
(Carlos Martendal)

"Dois burrinhos de carga caminhavam juntos. Um levava ouro; o outro, simples farinha para a tropa. Inutilmente, o segundo burrinho tentava puxar conversa com o primeiro. Este o olhava de cima para baixo, com desprezo. O que aquele burro miserável, carregado de farinha, queria dele, escolhido para levar o ouro? "
Mas aconteceu que os ladrões caíram em cima daquela tropa e logo procuraram o que tinha mais valor. Com um chute mandaram embora o burrinho que carregava a farinha e quase mataram de pancadas o burrinho do ouro, porque o coitado não queria entregar a carga.

Quando os ladrões se foram, o burrinho quase morto pediu socorro ao outro colega, ainda em pé e carregado de farinha. Esse último, a esta altura, desculpou-se por não poder ajudar em nada, porque, afinal, ele era um simples carregador de farinha, absolutamente indigno de aproximar-se de um burro tão importante, escolhido para levar o ouro.
Assim, conclui-se a historinha. Isso acontece a quem se esquece de que, apesar da carga, ou do cargo, continua sendo um burro como todos os outros. Não conheço o autor dessa história, nem lembro onde a encontrei, diz Dom José Conti, mas é tão simples e clara que o povo gosta de ouvi-la e contá-la. É mais uma lição de humildade, uma virtude tão preciosa quanto o bom senso e a inteligência. Jesus falou muitas vezes da humildade; convidou-nos a escolher os últimos lugares, mais conscientes das nossas limitações que inchados pelo nosso orgulho.

No entanto, o mundo anda, mais do que nunca, cheio de arrogantes e fanfarrões. Ao ouvi-los, parece que existem somente eles, os insubstituíveis salvadores da pátria. Os que sabem tudo, ajeitam tudo e, obviamente, criticam todos os outros.
O bom senso nos diz que se nos acomodamos no último lugar, somente poderemos ficar por aí mesmo, ou subir, convidados a maiores tarefas ou responsabilidades. Pelo contrário, quem se achou o tal, ocupando logo os primeiros lugares, só poderá ficar para trás, descendo os degraus da vida.
A inteligência também nos convida à prudência, a reconhecer o valor dos outros, porque sempre poderá aparecer alguém melhor e mais importante do que nós.



Fico pensativo quando vejo ex-cantores, ex-campeões, ex-tudo, mendigar um pouco de luz, porque a estrela deles, ou delas, parece que se apagou. Não sabiam que o sucesso era passageiro, que as modas iam passar e que existem muitas outras coisas que valem na vida, mais do que a fama e a glória dos homens!
Mas os orgulhosos se acham injustiçados, desmerecendo es do esquecimento. Não se conformam com a queda; parece mesmo que tenham vivido só para aquele lugar, em cima, e que seja insuportável sentar mais em baixo. Ao contrário, quem sempre ficou na sombra continuara tranqüilo e satisfeito no seu canto. Se subir, por um tempo, voltara a gostar, como antes, das coisas mais simples e verdadeiras da vida, com menos bajuladores e aproveitadores ao seu redor.
Já deveríamos ter aprendido a lição, mas, infelizmente, sempre haverá quem ache que a humildade seja a virtude dos fracos e dos incapazes. Ao passo que o orgulho e a arrogância seriam as qualidades dos corajosos e dos ousados.
É mesmo, conclui Dom José Conti, cada um de nóé burro do seu jeito." (p. 10) .
Fonte : "Jornal da Diocese de Blumenau".Edição de março deste ano, história escrita por Dom José Conti, Bispo de Macapá.
Parte do artigo de Carlos Martendal. Quer ler na integra?
Bom final de semana a todos!

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