segunda-feira, 16 de julho de 2012

A EUCARISTIA E VIDA EUCARÍSTICA



É quase certo que a maioria que vive o estado de viuvez e também as pessoas sós, têm, como prática habitual, participar diariamente da Celebração da Eucaristia. Outras(os), porém, por motivos vários, participam apenas da chamada Missa de Preceito, ou seja, a Dominical. Importante, tanto no primeiro caso como no segundo, é que tenhamos plena consciência que existem laços que ligam a Eucaristia que participamos  à vida que levamos.
A palavra Eucaristia significa, como sabemos, “ação de graças”. Logo, participar da Eucaristia e viver eucaristicamente, expressa nossa gratidão a esse favor ou dádiva preciosa de Deus. Nossa vida, com toda a sua beleza e preciosidade, está intimamente associada à sua fragilidade e mortalidade. Não é por outra razão que a Missa começa com uma súplica de perdão a Deus.
A Palavra de Deus que ouvimos na Eucaristia faz com que sejamos parte da grande história da nossa salvação. A qualidade sacramental dessa palavra torna Deus presente não só como uma presença pessoal e íntima, mas também como uma presença que nos oferece um lugar no seu Reino. Nossas vidas de simples viúvas(os) e de pessoas sós, são, na verdade, vidas sagradas e que desempenham um papel fundamental na realização das promessas de Deus.
A presença de Jesus é reconfortante. Ele é o Bom Pastor que conhece intimamente e ama a cada uma(um) de nós. Por isso não se nega a ficar do nosso lado, como aconteceu com os discípulos de Emaús, entrando na casa deles e ceando com eles. E estando com eles à mesa, tomou o pão, rezou, partiu-o e lhes deu. Esse pão da vida (alimento da vida) é a essência do nosso viver.
Importante é recordar para nós, viúvas/os e pessoas sós, que a Eucaristia é um gesto humano simples, porém, o mais divino que possa ser imaginado. É a verdade de Jesus. Tão humano e, no entanto, tão divino. Tão familiar, todavia tão misterioso. Tão próximo, contudo tão revelador. 
Jesus é Deus para nós, ou seja, Deus conosco ou Deus dentro de nós. Na Eucaristia Jesus é tudo. O pão não é simplesmente um sinal do seu desejo em transformar-se no nosso alimento. O vinho não é meramente um sinal da sua vontade de ser nossa bebida. O pão e o vinho transformam-se em seu corpo e sangue durante a oferenda. Deus se faz totalmente presente em nós em Jesus. É alimento para nós agora, no momento da celebração eucarística, exatamente onde estamos reunidos ao redor da mesa. Deus se dá a nós. É o mistério da Encarnação, que acontece na “comunhão”.
A palavra “comunhão” expressa toda a verdade que, em e através de Jesus Cristo, Deus deseja não só instruir-nos e ensinar-nos, como também tornar-se um conosco. Deus deseja estar plenamente unido a nós, viúvas/os e pessoas sós, para que possamos estar unidas/os de maneira duradoura a Ele.
A Eucaristia é, como se vê, fonte e força criadora de comunhão, porque nos une com o próprio Cristo. Para sermos fieis a essa união, necessitamos de unidade e caridade. Sem amor, sem caridade, estaremos distantes dos desígnios de Deus. Vivemos tempos repletos de violências, guerras, terrorismo, injustiças sociais e tantas coisas mais. Deus bem que poderia nos interrogar face a essa falta de amor: “criei vocês, dei-lhes todo o meu amor, onde estão vocês, onde está sua resposta, onde está a sua caridade?”.
Deus não quer outra coisa que não seja “comunhão” e toda a história do relacionamento de Deus conosco é uma história de uma comunhão mais profunda, na qual Ele busca caminhos sempre novos para comungar intimamente conosco. 

Fonte: Manual dos coordenadores

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