A oração é essencialmente um diálogo da pessoa humana com Deus, e se dá de modo muito diferente de um diálogo ou uma conversa com um amigo ou pessoa conhecida. Não podemos escutar Deus do mesmo modo que escutamos um amigo, pois, Deus não nos dá respostas assim tão claras como acontece numa conversa entre pessoas. Daí porque muitas vezes nossa oração se transforma num monólogo.
No nosso estado de viuvez e de pessoas sós, a oração, face aos percalços da vida sozinha, muitas vezes tende a nos conduzir a uma parede vazia, sendo difícil até encontrar uma palavrinha para poder iniciá-la. Não são poucas as ocasiões que acabamos por desistir.
Quando, porém, nos convencemos de que Deus é aquele que nos ama, nós, viúvas(os) e pessoas sós, como contrapartida, somos capazes de dar tudo para ficar com Ele. Precisamos, mais do que ninguém, saber o que Deus quer, para melhor podermos acolhê-lo. E quanto mais estivermos em oração, mais aprenderemos que a sua bondade é sempre maior do que podemos imaginar, mesmo com todos os espinhos do nosso estado de vida.
Caracteriza-se, dessa forma, um verdadeiro encontro com Deus e nesse instante Ele se aproxima e permanece conosco. E nós, com Ele. E esse encontro com Deus acontece não pelos nossos méritos, mas pelo dom da graça de Deus. Como pecadoras(es) nos sentimos aceitas(os) e, por conseguinte, aceitamos melhor a nós mesmas(os).
Na Bíblia e na História Sagrada, essa descoberta ou essa graça é vivida nas peregrinações. Daí porque o Pe. Caffarel, um homem de oração, insistia tanto nas peregrinações e também nos retiros espirituais, que chegavam a durar até uma semana. Essas autênticas caminhadas pelo deserto, conforme testemunho de quem já fez, são fascinantes, embora, às vezes, árduas. Um dia com Deus vale mais do que mil.
Fazer uma peregrinação não significa, necessariamente, fazer uma viagem à Lourdes ou a Fátima ou a outro lugar santo distante. Basta sair um dia de nossas casas e fazer uma visita a um Santuário que nos seja próximo e acessível. Na cidade de São Paulo e, mesmo nas cidades do seu entorno, temos várias opções para isso.
Viver com Jesus, para nós, viúvas(os) e pessoas sós, e chegar a viver em plenitude com a Trindade, na mais perfeita união entre nós mesmas(os) e com Deus, é a nossa suprema aspiração, e seria, conseqüentemente, a nossa maior felicidade. Temos que convir que as orações e devoções que aprendemos ao longo de nossas vidas são importantes, mas não bastam. Nosso desafio, no atual estágio de nossas vidas, seria chegar a uma oração que é vida.
São João , em 1Jo 5, 14-15, diz que “Nós temos confiança no Senhor e o que pedimos, já é nosso”. Portanto, se quisermos pedir, precisamos, para sermos coerentes com a nossa fé, antes cumprir a vontade de Deus. Isso não se faz de uma só vez, mas ao longo de nossa existência. Temos que pedir, contritamente, que Ele nos abra os olhos e o coração.
Temos uma variedade imensa de dons e na nossa comunhão fraterna, nesses grupos de Viúvas(os) e Pessoas Sós que nos reúnem, poderemos nos estimular, reciprocamente, para buscarmos de maneira mais eficaz a nossa própria santificação. Seremos instrumentos umas(uns) das outras(os) nessa busca do Reino de Deus. Precisamos, fraternalmente e, a partir da nossa vivência com Deus, abrir os nossos corações de maneira espontânea, sabendo dar, receber, pedir e, no Senhor, recusar.
Fonte:
M A N U A L D E C O O R D E N A Ç Ã O DA
1ª. F A S E
Nenhum comentário:
Postar um comentário