"Não devemos ser cristãos de etiqueta. Mas cristãos de verdade, de
coração", disse o Papa no Angelus ao refletir sobre a 'porta estreita'
◊ Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recitou a
Oração mariana do Angelus neste domingo, 25 de agosto, desde a janela do
apartamento Pontifício, diante de milhares de fiéis e turistas reunidos
na Praça São Pedro. Antes de lançar um novo apelo pela paz na Síria, o
Santo Padre falou sobre a salvação eterna e o convite de Jesus para
passarmos pela porta estreita.
“Esforçai-vos para entrar pela
porta estreita”, respondeu Jesus a alguém que lhe interpelou no caminho
para Jerusalém sobre quantos seriam salvos. “O Senhor – observou o Papa –
indica assim qual é o caminho da salvação. Mas qual é a porta que
devemos entrar?”.
O Papa explicou que a imagem da porta aparece
várias vezes no Evangelho “e evoca aquela da casa, do lar doméstico,
onde encontramos segurança, amor, calor. Jesus nos diz que existe uma
porta que nos faz entrar para a família de Deus, no calor da casa de
Deus, da comunhão com Ele.
“Esta porta é o próprio Jesus. Ele é
a porta. Ele é a passagem para a salvação. Ele nos conduz ao Pai. E a
porta, que é Jesus, nunca está fechada, está sempre aberta a todos, sem
distinção, sem exclusão, sem privilégios. Porque vocês sabem, Jesus não
exclui ninguém. Alguém entre vocês poderia me dizer: ‘Mas, Padre, eu sou
excluído porque sou um grande pecador: fiz coisas erradas, fiz tantas
coisas erradas, na vida...’. Não. Você não está excluído” Precisamente
por isto és o preferido, porque Jesus prefere o pecador, sempre. Para
perdoá-lo, para amá-lo...Jesus está te esperando para abraçar-te, para
perdoar-te..Não tenha medo. Ele te espera. Tenha ânimo, tenha coragem
para entrar na sua porta”.
“Todos – acrescentou o Papa - são
convidados a passar por esta porta, passar pela porta da fé, entrar na
sua vida e deixá-Lo entrar na nossa vida, para que a transforme, renove,
dê a ela alegria plena e duradoura”.
Após, Francisco observou
que “passamos diante de tantas portas que nos convidam a entrar e
prometem uma felicidade que dura um instante, se esgota em si mesma e
não tem futuro”. E exortou:
“Gostaria de dizer com força: não
tenhamos medo de passar pela porta da fé em Jesus, de deixá-lo entrar
sempre mais na nossa vida, de sairmos dos nossos egoísmos, dos nossos
fechamentos, das nossas indiferenças em relação aos outros. Porque Jesus
ilumina a nossa vida com uma luz que não se apaga nunca. Não é um fogo
de artifício, não é um flash, não! É uma luz tranqüila que dura para
sempre e nos dá paz. Assim é a luz que encontramos se entramos pela
porta de Jesus”.
O Papa explica então, que “a porta de Jesus é
uma porta estreita, não porque seja uma sala de tortura, mas porque
exige abrir o nosso coração a Ele, reconhecermo-nos pecadores,
necessitados de sua salvação, do seu perdão, do seu amor, de ter a
humildade em acolher a sua misericórdia e de nos deixar renovar por
Ele”, e recorda que “Jesus no Evangelho nos diz que ser cristão não é
ter uma ‘etiqueta’”:
“E eu pergunto a vocês: vocês são
cristãos de etiqueta ou de verdade? Mas cada um de nós responda dentro
de si mesmo, eh...? Nunca cristãos de etiqueta! Mas cristãos de verdade,
de coração. Ser cristão é viver e testemunhar a fé na oração, nas obras
de caridade, na promoção da justiça, no fazer o bem. Pela porta
estreita que é Cristo deve passar toda a nossa vida”.
A
Virgem Maria, Porta do Céu, o Papa Francisco pediu “que nos ajude a
atravessar a porta da fé, a deixar que o seu Filho transforme a nossa
existência como transformou a sua para levar a todos a alegrai do
Evangelho”.
Na saudação final aos diversos grupos, incluindo um grupo
vindo de São Paulo, o Santo Padre recordou que para muitos este período
marca o fim do período de férias de verão, desejando “um retorno sereno
aos compromissos da vida cotidiana, olhando o futuro com esperança”.
(JE)
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